O Secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, admitiu que o Estado não tem condições de assumir a gestão dos seis Hospitais Regionais prometidos pelo governo Zema na campanha de 2022. A gestão será repassada a instituições filantrópicas, do terceiro setor ou universidades federais, devido à impossibilidade de contratação de novos servidores por causa do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A situação preocupa deputados da Assembleia Legislativa, como Lucas Lasmar (Rede), que questiona a capacidade do governo de financiar e equipar essas unidades, diante de problemas já existentes na Rede Fhemig.
Um exemplo é o Hospital Regional de Divinópolis, cuja administração ficará a cargo da EBSHER (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), vinculada ao Governo Federal, com gestão acadêmica da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ). Para viabilizar isso, é necessário aprovar, na Assembleia Legislativa, a unificação da propriedade do terreno (hoje da prefeitura) com a obra (do Estado), permitindo a transferência da estrutura para a universidade.
A deputada Lohanna França (PV) garantiu que a Assembleia dará agilidade ao processo e que o governo estadual deve repassar R$ 80 milhões para compra de equipamentos.
Mesmo diante das dificuldades, o governo Zema promete inaugurar cinco dos seis hospitais até o fim do mandato. A gestão será feita por filantrópicas, como já ocorre em 85% dos hospitais do estado, segundo Baccheretti. No entanto, há preocupação com a falta de recursos para manter essas parcerias.
Já o Hospital Regional de Juiz de Fora enfrenta impasse judicial, com obras paradas e sem previsão de retomada. O desafio vai além da construção: é preciso estruturar, equipar e operar os hospitais com qualidade e recursos sustentáveis.