Bolsonaro chega sorridente a 2º dia de interrogatório da suposta trama golpista
João Carlos
- junho 10, 2025
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou sorridente ao plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 10, para o segundo dia de interrogatórios dos acusados de participar de uma trama golpista para mantê-lo na presidência após a derrota nas eleições de 2022. Antes de sentar, Bolsonaro cumprimentou com um aperto de mãos o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.
Hoje, Alexandre de Moraes, relator do caso, iniciou os questionamentos ao réu Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Jair Bolsonaro, pela ordem, será ouvido depois dos réus Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
As oitivas ocorrem em audiência presencial, na sala de sessões da Primeira Turma do STF, em Brasília, que foi adaptada especialmente para esta etapa processual.
Ao abrir a sessão, por volta das 9h, Moraes relembrou que os réus têm direito ao silêncio, conforme previsto no artigo 5º, LXIII, da Constituição Federal. Este direito constitucional versa sobre a não autoincriminação.
Primeiro dia
Ontem (9), no primeiro dia de interrogatório, foram ouvidos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem sobre as acusações de participação na trama.
Cid confirmou que esteve presente em reunião na qual foi apresentado ao ex-presidente Jair Bolsonaro documento que previa a decretação de medidas de estado de sítio e prisão de ministros do STF.
O militar também confirmou que recebeu dinheiro do general Braga Netto para que fosse repassado ao major do Exército Rafael de Oliveira, integrante dos kids-pretos, esquadrão de elite da força.
Ramagem negou ter usado o órgão para monitorar ilegalmente a rotina de ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o governo de Jair Bolsonaro.
Interrogatórios
Até a próxima sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar presencialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, Braga Netto e mais seis réus acusados de participar do “núcleo crucial” de uma trama para impedir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o resultado das eleições de 2022.
O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano.
Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão.