A Polícia Civil e o Ministério Público realizaram uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, onde detalharam o homicídio ocorrido em 29 de maio, quando o professor Jhonathas foi morto a tiros pelo ex-namorado, o vereador da cidade de Araújos, Lucas Coelho.
O crime, executado com múltiplos tiros, teria sido motivado pelo fim conturbado de um relacionamento homoafetivo de aproximadamente um ano entre o acusado e a vítima, além da revelação de que Jonathan contraiu HIV do parlamentar, que omitiu sua sorologia positiva.
Segundo as autoridades, o vereador alugou um Toyota Corolla preto na cidade de Bom Despacho e removeu as placas para evitar identificação. Câmeras de segurança flagraram o veículo chegando ao local do crime por volta das 18h. Jonathan foi surpreendido ao chegar em casa e alvejado pelo ex-companheiro, que fugiu em alta velocidade. Testemunhas relataram ter ouvido a vítima gritar: “não faz isso não!”, indicando reconhecimento do agressor.
O inquérito revelou que o casal havia terminado o namoro dois meses antes do crime, após Jonathan descobrir que contraiu HIV do vereador, que não havia revelado sua condição sorológica.
Mensagens extraídas do WhatsApp da vítima comprovaram ameaças e cobranças do acusado, que agia com “possessividade”.
Em fevereiro de 2025, durante uma discussão na zona rural de Araújo, o parlamentar quebrou o carro de Jonathan e o ameaçou. A vítima registrou boletim de ocorrência, mas não obteve medida protetiva devido a um entendimento jurídico (posteriormente alterado pelo STF) de que a Lei Maria da Penha não se aplicava a relacionamentos homoafetivos na época.
O vereador foi preso em 5 de junho, após se esconder por uma semana e se recusou a depor.
O Ministério Público já anunciou que denunciará o acusado por homicídio qualificado (por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima). A defesa alega problemas psicológicos do vereador, mas as autoridades destacaram que ele mantinha rotina normal, inclusive postando fotos em redes sociais.
O inquérito será concluído nos próximos dias, com pedido de conversão da prisão temporária em preventiva.